Muitos na
Tanzânia, e em outros países da África, consultam curandeiros
tradicionais para tudo: desde a cura de doenças até a criação de
amuletos da sorte. A regulamentação do governo e a medicina ocidental
podem ter mudado algumas destas atividades, mas os curandeiros ainda são
importantes. Acima, um curandeiro do sul da Tanzânia, segura um chifre
contendo remédio dentro de sua 'kitala', uma cabana no vilarejo feita
especialmente para o atendimento.
Homens e
mulheres de qualquer idade podem ser curandeiros. Os mais respeitados
aprenderam o ofício na família. Este homem, de cerca de 40 anos, diz que
é especialista no tratamento de paralisia, ele visita pacientes com
suas ervas de casa a casa, e, às vezes usa uma sala de um hospital
particular para atender. Apesar de não haver provas científicas de sua
eficácia, muitos preferem os curandeiros. Entre a tribo Wahehe, por
exemplo, existe a crença de que as doenças são causadas por forças
sobrenaturais.
O tratamento
frequentemente é uma combinação de ritual, consolo e medicamento.
Curandeiros dizem que podem ser guiados caso sejam possuídos
temporariamente por um ancestral, que pode ser invocado por cânticos, ou
ao esfregar pedaços de madeira ou chacoalhar uma garrafa. 'A garrafa é o
objeto mais importante', diz o curandeiro de 88 anos (acima), que
afirma ser especialista em afastar espíritos ruins.
Este paciente
acabou de ser atendido em uma clínica de uma família. Ele sofreu uma
fratura na clavícula. Os curandeiros usaram ervas para fazer uma pomada e
esfregar no tronco do paciente. Eles também usam remédios ocidentais
como paracetamol e raio-X em algumas ocasiões.
Entre os
curandeiros as opiniões se dividem a respeito do aumento de casos de
Aids. Alguns acreditam que a doença sempre existiu. 'Em Kihehe
chamávamos de 'lugandaganda', significa perder peso', disse o curandeiro
acima, que cuida de pacientes com HIV. Nem todos os curandeiros cuidam
de pacientes com HIV, alguns encaminham os pacientes para fazer um exame
de Aids. Muitos curandeiros se concentram em aumentar o apetite do
paciente, para que eles ganhem peso.
O pagamento dos
curandeiros varia. Frequentemente é mais barato que uma clínica, que
também pode ser longe e estar com poucos funcionários. Também fica mais
barato do que comprar remédios. Tratamento para dor de cabeça ou tontura
podem custar entre R$ 4 e R$ 13. Já uma fratura, custa R$ 270. O
curandeiro acima, especialista em perda de peso e HIV, tinha também um
café, onde trabalhava, Mas os ancestrais não aprovaram e ele voltou a
atender em seu vilarejo, em sua casa.
'A maioria dos
que me consultam já foram a um hospital', disse o jovem curandeiro,
acima. 'Eles não conseguiram uma solução para os problemas. Injeções e
remédios não fizeram efeito (...) Se os trato bem, eles contam aos
amigos. Não faço nenhuma propaganda', contou.
Alguns preferem
curandeiros e não os médicos caso sintam que algo não pode ser tratado
em hospitais. Estes querem mais proteção para o corpo e a mente. Acima, a
mulher de um curandeiro mostra a moeda que usa para se proteger de
espíritos ruins. Os minerais e o cobre na moeda teriam poderes
especiais.
Alguns
curandeiros vendem amuletos da sorte, geralmente feitos com partes de
animais, como chifres de impala ou camaleões. Eles também têm objetos
especiais como conchas, sinos, moedas e chifres. Acima, um curandeiro
com um bastão que herdou de seus ancestrais. Os curandeiros dizem que
usar objetos do passado agrada os ancestrais e facilita as adivinhações.
No norte da
Tanzânia, alguns curandeiros afirmam que amuletos, principalmente os
ligados à riqueza, serão mais poderosos se tiverem partes do corpo de
uma pessoa com albinismo. Algo que aumentou a criminalidade. Os
curandeiros do sul dizem que nunca sugeriram isto. Mas há relatos de que
o assassinato de um parente, sob as ordens de um curandeiro, pode
trazer riquezas. Acima, uma criança usa uma faixa na cintura que
protegeria contra a 'dege dege', a febre associada a casos graves de
malária.
Existem muitos
tipos de amuletos, para dar sorte a jogadores de futebol, proteger
comerciantes etc. Muitos usam estes amuletos e praticam o cristianismo e
o islamismo. Os fotografados não quiseram ter seus nomes divulgados.
Todas as fotos: www.heart4photography.com
Cura tradicional
A fotógrafa Sasjia van Vechgel registrou a
vida dos curandeiros do sul da Tanzânia para mostrar como funciona o
cotidiano dos que muitas vezes são os únicos a comunidades inteiras do
país.
Muitos na Tanzânia, e em outros países da
África, consultam curandeiros tradicionais para tudo: desde a cura de
doenças até a criação de amuletos da sorte.
A regulamentação do governo e a medicina
ocidental podem ter mudado algumas destas atividades, mas os curandeiros
ainda são importantes.
Homens e mulheres de qualquer idade podem
ser curandeiros. Os mais respeitados aprenderam o ofício na família. O
tratamento frequentemente é uma combinação de ritual, consolo para o
paciente e medicamento.
Muitos até podem ajudar em tratamentos de
HIV/Aids, fazendo com que os pacientes ganhem peso. Outros são
especialistas em amuletos da sorte e proteção contra os maus espíritos.
Os fotografados não quiseram ter seus nomes divulgados.
Todas as fotos: www.heart4photography.com
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