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quarta-feira, 23 de agosto de 2006

QUANDO A NUTRIÇÃO VIRA ARTE




SABORES DA VIDA
por Sonia Hirsch

Suco de clorofila, grãos germinados, grama de trigo; rabanetes, cenouras e abacates; creme de manga, creme de goiaba, bolinhas de mamão passadas'em coco ralado; folhas de cenoura, brócolis, agrião, chicória, couve, e muita gente se mexendo em volta. Corta, rala, bate, espreme, tira a cas¬ca, pergunta, explica, dá risada, no fim todo mundo come e vai para casa feliz e satisfeito.
Curso de culinária? Não, de desenho industrial.
De vez em quando acontece: algo que sempre existiu aparece de forma nova e deixa todo mundo maravilhado. E o que está rolando agora com o BioChip, em pleno departamento de artes da PUC-Rio, sob a batuta de Ana Branco.
O BioChip é um grupo aberto de estudo, pesquisa e desenho com modelos vivos. Vivos como? Assim: de noite você pega um punha¬do de sementes de girassol, por exemplo, põe num vidro transparente de boca larga, tampa com um pedaço de filó preso por um elástico e enche de água. De manhã escorre e deixa o vidro inclinado, de boca para baixo, de forma que nenhuma água se acumule. De noite torna a lavar e escorrer, de manhã idem, e depois de dois ou três dias surge em cada grão um rabinho indicando que ele brotou. Nesse momento seu valor nutricional está potencializado — 20 000 vezes, diz Ana - e não precisa cozinhar, temperar, fazer nada: é só tirar a casquinha, já aberta, e comer.
Outro modelo vivo: encha uma bandeja com terra viva, isto é, rica em compostos orgâ¬nicos, e espalhe grãos de trigo por cima. Cubra com uma camadinha de terra e umedeça todos os dias. De repente vão surgir bro¬tinhos verdes, que crescem muito rápido e viram uma graminha intensamente verde. Esse verde é a clorofila, pigmento produzido pelas plantas em contato com a luz do sol. E, aí, deixa crescer para virar trigo, moer e fazer pão? Não, corta a graminha quando ela tiver uns 10 cm e põe no suco. A clorofila dentro do corpo se transforma em hemoglobina e renova o sangue, e o que sobra na bandeja vira composto e enriquece a terra.
Todos os vegetais comestíveis da natureza são modelos vivos para serem utilizados desenhos e composições saboreáveis. O aluno os observa e faz leituras quanto a formas, cores, sabores, texturas e odores. Qual a diferença entre desenhar com pigmentos coloridos dos numa tela e desenhar com pigmentos coloridos num prato de salada ou de frutas? Segundo Ana Branco, "as cores das frutas, hortaliças e sementes, geradas pela vida na Terra recuperam no nosso corpo informações matrísticas, isto é, relacionadas diretamente com a nossa origem enquanto mamíferos, através códigos não verbais". Daí o nome BioChip. Um chip armazena informações. O biochip nos recarrega de informação viva.
Tanto isso é verdade que várias pessoas doentes, com prognósticos médicos os mais pessimistas, se recuperaram tomando suco clorofila de hora em hora e comendo somente alimentos crus, germinados, brotados, fermentados. Agora se sentem felizes, profundamente ligadas à natureza, cheias de energia, vitalidade e vontade de ensinar. Armam junto com Ana Branco e seus alunos a barraca BioChip em feiras, mercados, hortas orgânicas, pomares, escolas, ficam fazendo suas saladas, amornados. desenhos com frutas tudo é delicioso. Quer provar?
Receita de suco de clorofila, ou Luz do Sol bata no liquidificador um pepino pequeno uma maça grande sem sementes, ajudando com um secador para soltarem sua própria água. Acrescente um punhado de grãos germinados, raízes, tubérculos e outros vegetais, grama de trigo e muitas folhas verdes. Coe tudo num paninho tipo fralda, espremendo bem, e está pronto. Tintim, saúde!
Mais informações: ana.branco@uol.com.br, anabranc@rdc.puc-rio.br e http://wwwusers.rdc.puc-rio.br/anabranc
BONS FLUIDOS ED. Abril Fevereiro 2001
A jornalista e pesquisadora Sonia Hirsch é autora de livros sobre culinária natural, alimentação

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