Nome popular | GUAÇATONGA |
Nome científico | Casearia sylvestris Sw. |
Fotos ampliadas | 1 | 2 |
Família | Flacourtiaceae |
Sinonímia popular | Chá-de-bugre, cafeeiro-do-mato, erva-de-bugre, guassatonga, guassatunga, café-de-frade, apiá-acanoçu, bugre-branco, café-bravo, cambroé, erva-lagarto, erva-pontada, língua-de-teju, língua-de-tiú, para-tudo, varre-forno, fruta-de-saíra, café-do-diabo |
Sinonímia científica | Casearia parviflora Willd, Samyda sylvestris (Sw) Poir., Casearia puctata Spreng., Casearia samyda (Gaert) DC. |
Parte usada | Cascas, folhas e raiz |
Propriedades terapêuticas | Diurética, diaforética, depurativa |
Princípios ativos | Flavonóides, saponinas, alcalóides, óleo essencial, terpenos, limoneno, ácido hexanóico, triterpenos, diterpenos clerodano (casearinas A-S), taninos, lapachol |
Indicações terapêuticas | Febre, picada de cobra, envenenamento de gado, úlceras, herpes, diarréia, hematomas, sífilis, queimaduras, ferimentos, erupções cutâneas, eczema, vitiligo |
Informações complementares Outros nomes populares Marmelinho-do-campo, saritã. Nomes em outros idiomas
A guaçatonga é um arbusto ou árvore que mede geralmente entre 4m e 6m de altura podendo chegar a 10m em áreas isoladas da Amazônia. Dotada de copa densa e arredondada, com tronco de 20-30cm de diâmetro. É nativa de quase todo o Brasil, Cuba, Jamaica, Porto Rico, Espanha, Ilhas do Caribe, Peru, Argentina, Uruguai e Bolívia. Ocorre desde o Amazonas até o Rio Grande do Sul. As estruturas vegetativas e reprodutivas são caracterizadas pela presença de inclusões cristalinas e células glandulares contendo óleo essencial. Os estômatos são paracíticos. Os pêlos epidérmicos são unicelulares, não glandulares. Características da planta Suas folhas são simples, alternas e pecioladas, tem a forma de ponta de lança com bordas serrilhadas e medem de 6-12 cm de comprimento. Produz flores de cores brancas, creme ou esverdeada reunida em glomérulos axilares. O fruto cápsula ovóide-globoso é pequeno, vermelho quando maduro e possui 2-3 sementes envoltas em arilo carnoso avermelhado (semelhante a sementes de maracujá e romã), amarelo e comestível. Uso popular Diurética e diaforética. Externamente é vulnerária, com utilização em estados febris. Tem uso também como antiofídica e o fruto é utilizado contra o envenenamento do gado. Suas folhas e raízes são usadas como depurativo, anestesiante e úlceras. Para febres perniciosas e inflamatórias são utilizadas as cascas. O suco e o decocto das folhas têm as mesmas propriedades da casca e ainda antidiarreica e combate a herpes. As folhas cozidas são usadas para lavar feridas e lesões provocadas por picadas de cobras. Se misturar as folhas com álcool (alcoolatura) são colocadas sobre hematomas. Há relatos populares do uso das folhas e raízes contra a sífilis. A guaçatonga é citada como auxiliar dos criadores de gado na expulsão da placenta após o parto. É também utilizada externamente em queimaduras, ferimentos, erupções cutâneas, eczema e vitiligo. Princípios ativos Nas folhas da Casearia sylvestris consta a presença de flavonóides (quercetina, 4´-O-metiléter do canferol e isoramnetina), saponinas, alcalóides e óleo essencial constituído em grande parte por derivados de sesquiterpenos. As folhas frescas contém 0,6% de óleo essencial e chega a 2,5% quando estão secas. Tem uma grande porcentagem de terpenos (77,78%), o limoneno e o ácido hexanóico, triterpenos e diterpenos clerodano (casearinas A-S), taninos e lapachol. Atividades farmacológicas Scavone et al. (1979) comprovou a ação cicatrizante na pele de camundongos e em comparação com o grupo controle, concluiu que o processo de cicatrização ocorreu mais rápido nos animais tratados com a tintura das folhas da Casearia sylvestris. Camargo et al. (1993) aplicou o extrato fluido das folhas em lesões de estomatite herpética provocadas por herpes simples na região bucal de crianças e adolescentes e verificou redução no tempo desde o surgimento até desaparecimento das manifestações clínicas. Sertié et al. (2000) fez estudos e verificou que extratos preparados de folhas frescas e secas de C. sylvestris administrados em ratos protegem a mucosa gástrica sem modificar o pH fisiológico do estômago. Testes foram realizados com úlcera induzida, e tanto o extrato de folhas frescas como secas agiram de forma a reduzir a área ulcerada. Acredita-se que esse efeito é devido a presença de óleos voláteis, taninos e triterpenos. Itocawa et al. (1988,1990) e Morita et al. (1991) ao isolarem os diterpenos clerodanos (casearinas A-F e G-R) das folhas em extrato hidroalcoólico identificaram com sendo responsáveis pela ação antitumoral e citotóxica. Outros estudos foram realizados com o óleo essencial das folhas secas e mostraram a ação inibitória de edema agudo induzido por veneno de urutu (Bothrops alternatus) e carragenina. Em outro trabalho com veneno de cobras e abelhas injetadas em camundongo em doses letais, o extrato aquoso de folhas mostrou-se capaz de inibir a atividade anticoagulante de enzimas e neutralizar o efeito letal destas, prolongando a sobrevivência dos animais. Confusão dos nomes populares Não foram encontradas confusões com o nome popular guaçatonga. O nome marmelinho-do-campo é o nome também da Austroplinckia populnea Reiss, também conhecida como mangabeira-brava. O café-do-diabo é também o nome dado a Euphorbia heterophylla L. conhecida também por amendoim-bravo. O café-bravo possui 4 plantas conhecidas com esse nome: Croton lobatus L., Guarea macrophylla Vahl, Palicourea marc gravii (considerada venenosa) e Margaritaria nobilis L Toxicidade A C. sylvestris apresentou baixa toxicidade e excelente índice terapêutico. Colaboração Ana Lúcia T. L. Mota - Bióloga (agosto, 2004) Observações do Dr. Leme Franco As folhas são utilizadas com sucesso em casos de úlceras pépticas e também em gastrites, úlceras varicosas, feridas, picadas de insetos, herpes, aftas e todo tipo de ulcerações. Tem saponina, uma substância química antiinflamatória e tanino, um princípio adstringente. Segundo alguns ajuda a eliminar a batéria Helicobacter pylorae. Fonte: http://ci-67.ciagri.usp.br/pm/index.asp |
sábado, 14 de maio de 2011
PLANTAS MEDICINAIS: GUAÇATONGA
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